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Cérebro não como hardware, mas como “liveware”!

O cérebro é o hardware e a mente é o software“. Essa metáfora computacional é muito boa para começar a conversa sobre como a mente pode ser física, por exemplo.

Pense em um computador. O hardware é a parte “dura”, as peças, o metal, o silício, tudo aquilo que você pode pegar diretamente. O software são as aplicações/programas virtuais que rodam nesse hardware. Hardware é HD/SSD, pente de memória, chip/processador. Software é Windows, Google Chrome, Word.

Na metáfora computacional, o cérebro é “a máquina” e a mente são os programas que rodam na máquina. A metáfora computacional da mente é muito útil, uso muito. Porém, é uma metáfora e, como toda metáfora, tem seus limites.

O David Eagleman, neurocientista, tem um livro chamado Cérebro em ação: A história detalhada da eterna reconfiguração do cérebro. Uma das principais ideias nele é que o cérebro humano é uma máquina que passa o tempo se reconfigurando. O cérebro seria “livewired”.

Os computadores possuem circuitos eletrônicos predefinidos (hardware). Os programas de computador (software) usam esse hardware do computador para realizar cálculos matemáticos e operações lógicas.

No entanto, há uma diferença fundamental, que o Eagleman explica. A estrutura do cérebro, composta por bilhões de conexões entre os neurônios (sinapses), não é fixa. Ela varia com as experiências e a aprendizagem. Cada pensamento muda a atividade dinâmica do cérebro. Isso altera a eficiência das sinapses envolvidas nesse pensamento. Ou seja, o “hardware” (o cérebro) está mudando o tempo todo! Isso não acontece com o hardware do computador, que permanece o mesmo, não importa que programas você rode nele. Esse é o ponto do Eagleman com o termo “livewired” (que seria algo como “conectado ao vivo”).

(A mudança de eficiência das conexões neuronais [em forma, tamanho e número] é só um exemplo. Em questão de segundos, podem ocorrer mudanças nas moléculas receptoras em que os neurotransmissores liberados nas sinapses se ligam. Em questão de semanas ou meses, podem ocorrer mudanças na expressão de genes que codificam proteínas, como esses receptores.)

O cérebro como cidade

O Eagleman usa uma metáfora legal. Em uma cidade, algumas mudanças acontecem rapidamente – por exemplo, pessoas e carros circulando. Outras mudanças são mais lentas – calçadas são construídas, ruas de mão dupla são transformadas em ruas de mão única, árvores são plantadas, prédios e pontes são demolidos, novas estações de ônibus são construídas. Ao longo de décadas ou séculos, os caminhos das ruas e até dos rios que correm pela cidade são alterados.

Do mesmo modo, o cérebro é uma grande estrutura (do ponto de vista de complexidade e microscópico) cheia de partes e caminhos/vias. Assim como uma cidade, ele está sempre mudando (em segundos ou décadas).

O que achou da ideia do cérebro livewired? E da metáfora do cérebro como cidade? Isso te ajuda a entender melhor essa bolota de nervos tão maneira que temos no crânio?

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About the Author

Tiago Azevedo
Tiago Azevedo

Doutorando, mestre e graduado em Psicologia. Especializando em Neurociências. Vi na internet o melhor meio possível para conversar sobre a mente e o comportamento humano. Acredito que o conhecimento científico pode (e deve) ser compartilhado, e não ficar limitado a laboratórios de pesquisa e consultórios de psicoterapia. Há anos trabalho no "Universo da Psicologia", um projeto de divulgação da Psicologia em várias plataformas (blogs, Youtube, podcast, redes sociais etc) que soma mais de 200.000 seguidores.

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