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Como lidar/conviver com pessoas que falam demais (sim, é possível!)

Todo mundo conhece alguém que fala demais. Pode ser um colega de trabalho, um amigo ou um familiar. Pode ter muito a dizer, mas não parece notar quando os outros estão entediados, irritados ou precisam de uma oportunidade para falar. Pode interromper, divagar, ficar repetindo uma mesma coisa mil vezes ou falar muito sobre si mesmo, seus problemas ou suas opiniões sem mostrar muito interesse no que você têm a dizer.

O que a psicologia diz sobre pessoas que falam demais?

Falar demais pode ser um sinal de ansiedade, insegurança, narcisismo (mas calma aí antes de sair diagnosticando, blz?), entre outras coisas. Também pode ser um traço de personalidade ou um hábito.

Seja qual for o motivo, falar demais pode tornar as interações sociais exaustivas, frustrantes e improdutivas. Em muitos casos, você precisa continuar a conviver com pessoas que falam demais, então um “só sai fora” não rola.

Então…

Como lidar com pessoas que falam demais?

Seguem algumas dicas e exemplos que podem te ajudar.

1. Ouça com empatia (pelo menos por um tempo)

Antes de julgar ou criticar alguém por falar demais, tente entender por que ele faz isso. Talvez ele esteja solitário, estressado ou animado. Talvez ele tenha muito conhecimento ou paixão sobre um assunto (tipo eu falando sobre psicologia; já viu o tamanho dos meus textos e a duração dos vídeos?). Talvez ele esteja tentando se conectar com você ou te impressionar. Talvez ele não perceba como seu modo de falar afeta os outros.

Ouvir com empatia significa prestar atenção ao que a pessoa está dizendo, como ela está se sentindo e o que ela está tentando comunicar. Também significa mostrar respeito, compaixão e curiosidade. Você não precisa concordar com tudo o que ela diz, mas pode reconhecer sua perspectiva e emoções.

Por exemplo, você pode dizer:

  • “Parece que você teve um fim de semana agitado.”
  • “Eu vejo que você tá muito entusiasmado com este projeto.”
  • “Você parece estar passando por muita coisa agora.”
  • “Essa é uma visão interessante.”

Ouvir com empatia pode te ajudar a construir rapport com a pessoa, gerar confiança e compreensão. Também pode te ajudar a identificar as necessidades, motivos e objetivos dela. Isso pode facilitar o redirecionamento da conversa, fazer perguntas ou dar feedback. Ou seja, a empatia pode te ajudar a usar as próximas estratégias sem criar climão.

“Consigo ouvir, beleza. Mas o que fazer quando a pessoa não para de falar?”

 

2. Estabeleça limites

Ouvir com empatia não significa que você tenha que ouvir indefinidamente (muito poucas pessoas vão ter interesse em ouvir 3 horas de história sobre uma briga de relacionamento causada por roubo de bolo na geladeira). Você tem o direito de impor seus limites. Você pode decidir quanto tempo e energia quer gastar em uma conversa. Você também pode decidir quais assuntos você se sente confortável ou interessado em discutir.

Estabelecer limites significa ser claro e assertivo sobre suas necessidades e preferências. Também significa ser respeitoso e educado com a outra pessoa. Você não precisa ser rude, grosseiro ou agressivo. Você pode usar  declarações do tipo“eu”, linguagem positiva e sinais não verbais para comunicar até onde as coisas podem ir.

Por exemplo, você pode dizer:

  • “Eu acho muito legal isso aí, mas tenho que voltar ao trabalho agora.”
  • “Sinto muito por você estar tendo problemas com seu chefe, mas eu não sei como posso te ajudar com isso.”
  • “Fico feliz que você tenha gostado do filme, mas eu tenho uma opinião diferente.”
  • “Eu tenho que ir agora, mas foi bom conversar com você.”

Você também pode usar a linguagem corporal, como acenar, sorrir ou fazer contato visual, para sinalizar seu interesse ou desinteresse. Você também pode usar gestos, como olhar para o seu relógio ou levantar a mão para indicar que você quer terminar ou mudar a conversa.

3. Faça perguntas e dê feedback

Fazer perguntas e dar feedback pode te ajudar a equilibrar a conversa e torná-la mais interativa. Pode ajudá-lo a direcionar a conversa para um assunto que você conheça mais ou no qual esteja mais interessado. Também pode ajudar a esclarecer, desafiar ou expandir o que a pessoa está dizendo.

Fazer perguntas e dar feedback significa ser curioso, atento e construtivo. Você não precisa fingir que concorda ou gosta de tudo o que ela diz, mas pode evitar ser julgador, sarcástico ou desdenhoso. Você pode usar perguntas abertas, declarações reflexivas e elogios para envolver a pessoa.

Por exemplo, você pode dizer:

  • “O que você pensa sobre…?”
  • “Como você se sente sobre…?”
  • “Você pode me contar mais sobre…?”
  • “Essa é uma ideia interessante. Como você chegou a ela?”
  • “Eu entendo o que você quer dizer. Quais são os prós e contras dessa abordagem?”
  • “Eu gosto de como você explicou isso. Você pode me dar um exemplo?”
  • “Você tem muita experiência nessa área. Quais são algumas das melhores práticas ou dicas que você pode compartilhar?”

Fazer perguntas e dar feedback pode ajudá-lo a mostrar interesse, apreço e respeito pela pessoa. Também pode ajudá-lo a aprender algo novo, obter uma perspectiva diferente ou encontrar um ponto em comum. Também pode ajudá-lo a influenciar, persuadir ou educar a pessoa.

4. Como interromper alguém que fala muito e redirecionar a conversa

Às vezes, ouvir, estabelecer limites e fazer perguntas não são suficientes para lidar com alguém que fala demais. Você pode precisar interromper e redirecionar a conversa para torná-la mais produtiva, agradável ou relevante. Isso pode ser complicado, pois você não quer ofender ou magoar a pessoa, mas também não quer desperdiçar seu tempo ou paciência.

Interromper e redirecionar significa encontrar um momento e uma forma adequados para intervir e mudar o rumo da conversa. Também significa ser educado, diplomático e firme. Você não precisa se desculpar, justificar ou se explicar. Você pode usar palavras, declarações ou perguntas de transição para mudar o foco ou o assunto.

Por exemplo, você pode dizer:

  • “Isso é fascinante, mas eu queria te perguntar sobre…”
  • “Eu te entendo, mas eu tenho uma perspectiva diferente sobre…”
  • “Entendo; eu queria falar sobre…”
  • “Esse é um bom ponto, mas eu estou curioso sobre…”
  • “Essa é uma história longa, mas eu tenho uma pergunta para você.”
  • “É muita informação, mas eu estou me perguntando sobre…”

Interromper e redirecionar pode te ajudar a:

  • recuperar o controle
  • expressar sua opinião
  • compartilhar sua informação
  • evitar o tédio, a frustração ou o conflito
  • alcançar seu objetivo, resolver um problema ou tomar uma decisão.

5. Fuja graciosamente

Às vezes, a melhor maneira de lidar com alguém que fala demais é sair da conversa graciosamente. Isso pode ser o caso quando:

  • você tentou de tudo e nada parece funcionar,
  • você não tem interesse, obrigação ou benefício em continuar a conversa,
  • você se sente sobrecarregado, exausto ou irritado pela pessoa.

Sair graciosamente significa terminar a conversa de uma forma respeitosa e cortês. Também significa dar um motivo válido e crível para sair. Você não precisa mentir, exagerar ou inventar desculpas. Você pode usar linguagem positiva, gratidão e elogios para terminar a conversa em um bom tom.

Por exemplo, você pode dizer:

  • “Foi ótimo conversar com você, mas eu tenho que ir agora.”
  • “Obrigado por compartilhar seus pensamentos, mas eu tenho outro compromisso.”
  • “Eu gostei de ouvir suas histórias, mas eu tenho que me atualizar em alguns trabalhos.”
  • “Eu aprecio seu conselho, mas eu tenho que fazer uma ligação.”
  • “Eu aprendi muito com você, mas eu tenho que encontrar alguém.”
  • “Estou feliz que tivemos essa conversa, mas eu tenho que fazer algumas coisas.”

Espero que este artigo ajude você a lidar com pessoas que falam demais. Lembre-se, você pode sempre escolher como responder a elas. Você pode ouvir com empatia, estabelecer limites, fazer perguntas e dar feedback, interromper e redirecionar, ou fugir graciosamente. Seja lá o que você fizer, você pode fazer na boa.

 

Você costuma lidar com pessoas que falam demais? Como é a experiência? O que você sente? Que estratégias usa (ou não)? Conta aí, vamos conversar.

 

(me desculpa por escrever demais, espero que você não tenha fugido graciosamente😅)

 

 

About the Author

Tiago Azevedo
Tiago Azevedo

Doutorando, mestre e graduado em Psicologia. Especializando em Neurociências. Vi na internet o melhor meio possível para conversar sobre a mente e o comportamento humano. Acredito que o conhecimento científico pode (e deve) ser compartilhado, e não ficar limitado a laboratórios de pesquisa e consultórios de psicoterapia. Há anos trabalho no "Universo da Psicologia", um projeto de divulgação da Psicologia em várias plataformas (blogs, Youtube, podcast, redes sociais etc) que soma mais de 200.000 seguidores.

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