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Automaticidade, inconsciente e sua importância para a mudança psicológica

Nem sei mais como, mas encontrei um artigo com um belo resumo sobre automaticidade e processos psicológicos inconscientes (talvez eu saiba, mas esteja inconsciente).

Vou deixar o resumo completo aqui. Mas como ele ainda assim pode ser muito extenso e denso pra quem não tá acostumado com o tema, vou falar só da parte final (então, não se preocupe se não estiver entendendo o texto, vou explicar).

“Automaticidade e inconsciência: o que são e qual a diferença?

Resumo

 

O pensamento inconsciente envolve um processo automático de ponderação em que atributos de decisão importantes recebem mais peso e atributos de decisão sem importância recebem menos peso. Esta ponderação depende da saliência do reforço, conforme determinado pela história. Este processo automático é contínuo, operando nos bastidores, por assim dizer, o tempo todo.

 

Existem algumas boas razões pelas quais os seres humanos têm de processar informações sem o benefício do processamento consciente e, de facto, o processamento consciente pode não proporcionar, em todos os casos, um benefício claro. Isso ocorre porque os humanos, apesar de tudo, têm capacidade cognitiva limitada para fazer tudo o que queremos. Portanto, temos que confiar em padrões de comportamento aprendidos demais para operar em segundo plano (automaticamente), enquanto concentramos nossa carga limitada de memória de trabalho em experiências novas/novas.

 

O conceito básico de automaticidade está enraizado em modelos de condicionamento operante/instrumental em que o reforço é contingente à ocorrência de uma resposta. Quando um determinado comportamento é recompensado várias vezes, ele se torna automático.

 

Terapeuticamente, isso significa que, como resultado da prática e da experiência, nos envolvemos em muitos comportamentos e sentimos muitas emoções sem pensar ativamente sobre elas. Uma compreensão da automaticidade é, portanto, essencial para compreender o desenvolvimento do que é denominado disfunção mental e o sistema de intervenção necessário para abordá-la. A terapia requer tornar o conhecimento implícito temporariamente explícito para fins de análise exploratória e mudança potencial.

 

Muito do que é actualmente definido como constituindo perturbações mentais reflecte

 

a) o desenvolvimento de comportamentos desadaptativos que se tornaram automáticos, e

 

b) a aplicação inadequada destes comportamentos habituais ou automáticos em situações novas.

 

Isto cria um ciclo em que há um fortalecimento da automaticidade dos comportamentos habitualizados, o que por sua vez resulta em resultados que causam sofrimento emocional e mental devido à má aplicação.”

*

(Vou focar nessa parte que destaquei em negrito.)

Como tá a sua postura nesse exato momento? Ajeita aí sua coluna. Isso é um exemplo.

A mudança de muitos problemas mentais/comportamentais passa por:

  1. tornar consciente o negócio ruim que tá inconsciente/automatizado;
  2. automatizar alternativas melhores (tipo: uma coluna mais ereta, uma mente mais calma, uma ação mais adequada etc).

Uma dificuldade que temos é justamente a inconsciência desses processos. A consciência é limitada e custosa, por isso temos tantos pontos cegos.

E também por isso a mudança pode ser tão lenta: o próprio processo consciente de perceber os processos inconscientes…precisa de automação.

Se isso não acontece, você tem uma “revelação” (insight), acha que tudo vai mudar…mas esquece no outro dia e volta aos antigos hábitos.

Pra lidar com isso, duas coisas são importantes: tempo e prática.

Por isso seu psicoterapeuta pode te dar exercícios pra casa. É chato, mas é como funcionamos. O aprendizado é lento.

Quanto mais tempo você investir aprendendo e aplicando psicologia na sua vida, mais você consegue mudar. Você pode nem perceber isso acontecendo, tipo uma árvore crescendo. E você pode nem perceber direito o quanto mudou com o tempo, justamente porque a maior parte do seu “novo eu” já tá automatizado/inconsciente.

**

Observação adicional, para a galera da psico:

Reparou que se fala de inconsciente, condicionamento operante e processamento de informações? Isso te lembra psicanálise, análise do comportamento e psicologia cognitiva? Pois é. Olha como a psicologia científica é legal! Só isso mesmo. (falo desse tema em outros momentos)

About the Author

Tiago Azevedo
Tiago Azevedo

Doutorando, mestre e graduado em Psicologia. Especializando em Neurociências. Vi na internet o melhor meio possível para conversar sobre a mente e o comportamento humano. Acredito que o conhecimento científico pode (e deve) ser compartilhado, e não ficar limitado a laboratórios de pesquisa e consultórios de psicoterapia. Há anos trabalho no "Universo da Psicologia", um projeto de divulgação da Psicologia em várias plataformas (blogs, Youtube, podcast, redes sociais etc) que soma mais de 200.000 seguidores.

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