‘Neurocientistas substituirão psicólogos como químicos fizeram com alquimistas’ – Neil deGrasse Tyson
E depois os neurocientistas serão substituídos pelos químicos. E depois os químicos serão substituídos pelos físicos. E depois os físicos serão substituídos pelos astrofísicos (afinal, somos poeira de estrelas, né?).
E se a gente tentar explicar a história da 2ª Guerra Mundial com física? Falar do movimento dos átomos e tal…?
Entendo o Tyson. Ele gosta de ciência e o reducionismo em ciência às vezes é bom. Mas outras vezes é ruim, ou…apenas impossível. Estamos falando de NÍVEIS diferentes do fenômeno. Já falei disso por aqui, no post em que explico porque a Psicologia científica não é e nem pode ser reducionista.
Porém…a comparação dele tem um fundo de verdade: boa parte da psicologia que vemos por aí é como a alquimia.
Trata-se a mente como algo mágico, onde tudo é possível. As leis naturais não se aplicam. Não se sabe onde ela está, como ela funciona, é muito misterioso…talvez só Merlin saiba.
Pegue a “força de vontade”. O que ela é? Como eu crio isso? É algo que tenho que transmutar magicamente na minha mente? De onde tiro o elemento?
Mas isso não é a psicologia científica, que pouca gente realmente conhece.
Psicologia e neurociência não são apenas complementares. Em parte, elas são A MESMA COISA. Neurociência comportamental = psicobiologia. Tem muito cientista que não sabe como se definir, ou se define como os dois.
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Podemos falar em neurossociologia e neuroantropologia…continuamos tendo que lidar com o nível social, além do cérebro.
Disciplinas e áreas são divisões mais ou menos arbitrárias. Elas criam LIMITES. Por um lado isso é bom, por outro, bem…elas te limitam.
Se é psicologia, neurociência, ciências do comportamento, ciência cognitiva, astroneuropsicossociologia…pra mim pelo menos, pouco importa.
O conhecimento do mundo não cabe dentro dos limites disciplinares de nenhuma dessas áreas, seja psicologia, neurociência ou física.
O que acha dessa história toda? Fala aí…
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