O que é a angústia? Como lidar com ela quando não sabemos o motivo?
A angústia tem várias definições. Na origem, a palavra tem relação com aperto, pressão, amarramento.
A angústia do existencialismo tem a ver com a incerteza fundamental da vida, a possibilidade de fazer escolhas e a responsabilidade ligada a isso. É um enjoo da liberdade. Como ela está ligada ao próprio ato de decidir/escolher, não tem objeto único.
Em outra definição, a angústia é justamente isso que você disse: um sentimento desagradável que não tem um motivo identificado. É um afeto sem representação. Ela pode ter surgido por um motivo importante, mas que foi esquecido, então só sobrou o sentimento.
Um modo de lidar com a angústia é buscar a conexão dela com alguma ideia, seja a pressão da liberdade no presente ou o motivo esquecido no passado (que pode ser uma grande mudança que ocorreu – como trauma, perdas [luto, fim de relacionamento…], doença etc). Grandes mudanças podem criar uma grande incerteza e até mexer com nossa identidade.
Isso não precisa ser uma busca pela ‘verdade’. Mesmo quando não é possível reconstruir o sentido esquecido da angústia, é possível construir um novo sentido com o que você conseguir repensar a partir dela.
Outro modo de lidar é agir apesar da angústia. Pode ser que você não consiga entendê-la, pode ser que ela pareça importante justamente porque você dá muito atenção a ela. Nesse caso, você pode seguir mesmo que ela te acompanhe, é normal.
É como aproveitar o parque de diversões mesmo que ele te dê um pouco de enjoo. A experiência pode variar muito no espectro desagradável—agradável dependendo de como/onde você concentra sua atenção e do que pensa sobre a situação.
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Essa foi uma resposta a uma pergunta que me fizeram lá pelos stories no Instagram. Se quiser me enviar perguntas, manda lá.
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