fbpx

Receba as novidades do Universo da Psicologia

ATENÇÃO | 1. Confirme sua assinatura clicando no link que receber no email (confira spam) | 2. Cancele quando quiser.

Porque expressar a raiva pode piorar a raiva?

Em um texto anterior, falei que expressar a raiva aumenta a raiva. Pelos comentários que gerou, no Youtube e em redes sociais, percebi que esse assunto – além de contra-intuitivo – não é tão claro. Muita gente sente que é bom expressar a raiva.

Vamos melhorar um pouco o entendimento sobre isso.

Imagina um cara chamado Carlos. Sempre que sai com sua namorada, Carlos fica com raiva porque vários homens olham para ela. O primeiro impulso de Carlos é quebrar tudo. Nesse contexto, significa quebrar a cara dos homens que olham para a namorada dele. Isso seria “expressar a raiva” no estado mais puro.

Socar um saco de areia, levantar peso e ouvir rock pesado podem acalmar . Direcionar a raiva para o saco de areia ou levantar pesos, por exemplo, é exercício físico. Exercício físico estimula produção de endorfina, um neurohormônio que gera sensação de alívio.

Contudo, você pode ficar uma hora socando o saco de areia e tendo pensamentos que te geram mais raiva.

  • “Quem aquele babaca pensa que é?”
  • “Queria enfiar a mão na cara deles”
  • “Quem esses FDPs acham que são para olharem para a minha namorada?”

O seu corpo pode ficar mais relaxado, mas você está alimentando sua raiva. A raiva não é gerada diretamente pelas outras pessoas, mas pelos seus pensamentos sobre as ações das outras pessoas.

Sempre depois que sai com sua namorada e fica com muita raiva, Carlos espanca um saco de areia intercalando com levantamento de peso enquanto ouve rock pesado (enquanto fica pensando em um monte de coisas que alimentam a raiva dele). Toda vez  que eles saem, a raiva aparece novamente. E fica mais forte.

Cada vez ele dá mais atenção aos olhares dos outros homens, vê intenções onde elas não existem, se lembra mais e mais rápido de outras vezes em que isso aconteceu, fica cada vez mais bravo. Isso acontece porque, assim como nossa mente afeta nossas emoções, nossas emoções afetam nossa mente.

No modo raiva, seu cérebro é enviesado e busca mais informações relacionadas a essa emoção. Você tem, então, atenção, percepção e memória seletivas (a até distorcidas).

O que Carlos pode fazer?

Carlos pode quebrar a cara de todos os caras que olham para a namorada dele? Pode ser que sim. Pode ficar o resto da vida na estratégia saco de areia + peso + rock? Também pode. Mas essas estratégias não são as melhores alternativas se ele continuar tendo os mesmos pensamentos geradores de raiva.

Entendendo que é difícil demais tentar controlar os olhos do resto do mundo, ele pode perceber que é melhor ele controlar sua própria raiva, o que envolve aprender a controlar a própria mente.

Ps.: Posso comentar sobre essas estratégias em um próximo texto. Se for do seu interesse, comenta aí ↓

Tags:

About the Author

Tiago Azevedo
Tiago Azevedo

Doutorando, mestre e graduado em Psicologia. Especializando em Neurociências. Vi na internet o melhor meio possível para conversar sobre a mente e o comportamento humano. Acredito que o conhecimento científico pode (e deve) ser compartilhado, e não ficar limitado a laboratórios de pesquisa e consultórios de psicoterapia. Há anos trabalho no "Universo da Psicologia", um projeto de divulgação da Psicologia em várias plataformas (blogs, Youtube, podcast, redes sociais etc) que soma mais de 200.000 seguidores.

1 Comment

Leave a comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *