Seja como água: menos “deveria”, mais flexibilidade psicológica
Comentei lá no Youtube também sobre a ideia de que o duro quebra, o flexível persiste.
O Pedro David fez uma pergunta boa: “Mas como ser água? Algum conselho/dica pra como virar mais água? (dentro dessa metáfora)”
Respondi lá, mas acho que é bom compartilhar aqui também, onde mais pessoas podem ver.
Como ter mais flexibilidade psicológica?
Algo que ajuda muito é “amolecer” as crenças em forma de “deveria”.
Um bom começo é tentar substituí-las por “seria bom se fosse assim”. Deixa de ser uma exigência e passa a ser uma preferência.
Exemplo: João é um cara “duro”, que tem a seguinte crença: “eu devo fazer tudo perfeitamente”. Bem fácil ver o quanto ele vai se frustrar, né?
João percebe o problema da sua crença rígida e começa a flexibilizá-la. Começa a pensar: “seria bom fazer as coisas muito bem, mas nem sempre dá”.
Crenças são padrões de pensamento relativamente resistentes, geralmente inconscientes. Então João teria que fazer o exercício frequente de se observar e questionar as próprias crenças de “deveria”.
Assim, com o tempo, ele vai ficando cada vez mais flexível, como a água, e consegue se adaptar melhor.
“Mas é só pensar de outro jeito?”
Pode parecer meio superficial falar em simplesmente pensar de outra forma. Mas um fator muito importante no estabelecimento de padrões de pensamento é a repetição.
É a Lei de Hebb: neurônios que disparam juntos, tendem a se conectar.
Quanto mais você gera um certo padrão de ativação neuronal, mais esse padrão se fortalece. É um “hábito mental”.
Assim como acontece com os hábitos comportamentais, com a repetição você instala novos hábitos mentais, e com o tempo eles ficam “no automático”. Assim, com o tempo, você passa a pensar e agir de uma certa maneira sem fazer esse esforço de questionar as próprias crenças.
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